A Royal De Heus avança para a soja sustentável na Europa

05 junho 2019
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2 minutos

Na Holanda, a De Heus tem vindo a utilizar soja sustentável na produção de rações compostas desde 2015. Com a assinatura do Convénio FEFAC sobre “soja sustentável”, a De Heus está a dar um passo importante na direcção da utilização desta soja nas rações produzidas nas suas fábricas localizadas na Polónia, em Espanha, em Portugal, na República Checa e na Eslováquia.

O convénio estipula que a utilização de soja sustentável na produção de todas as rações com origem em todas as fábricas da União Europeia será uma realidade, o mais tardar, em 2025.

Koen de Heus, CEO da Royal De Heus, explica a importância que a soja sustentável tem para si.

Porque é que a De Heus considera mudar para a utilização de soja sustentável nas rações produzidas nas suas fábricas situadas na União Europeia?
"Todos sabemos que a população mundial vai continuar a crescer. Essas pessoas precisam de ter acesso a alimentos saudáveis e seguros, os quais resultam, em larga escala, da Agricultura e da Pecuária. A expectativa é que a procura mundial de proteína animal (lacticínios, carne, ovos e peixe), aumente em 70% nos próximos 30 anos. Isto significa que é muito importante produzir os nossos alimentos da forma mais sustentável possível. Portanto, trabalhámos no sentido de conseguir um acordo para a utilização de soja sustentável em toda a União Europeia através da FEFAC (a organização europeia de produtores de rações). Isto levou à recente assinatura do Convénio Sobre Soja Sustentável.”

Qual é a principal motivação para este compromisso sobre soja sustentável?
"Vemos a sustentabilidade como algo cada vez mais importante, tanto na nossa organização, como junto dos nossos clientes e com a sociedade em geral. Pela nossa parte, tentamos reduzir o nosso impacto no clima e no meio ambiente, passo a passo. Na Holanda, começámos a transição para a utilização de soja sustentável nas rações em 2015. Esta é uma boa altura para dar esse passo nos outros países europeus onde também temos actividade. Dentro da FEFAC, foram estabelecidos critérios para programas de soja sustentável. Esses critérios chamam-se “directrizes para a produção de soja” e estipulam a forma como devemos lidar com as questões ambientais. Mas também há passagens sobre condições de trabalho, boas práticas agrícolas e a manutenção de boas relações com as comunidades.”

É um convénio de participação voluntária. Acredita que todas a companhias europeias de rações vão participar?
“O convéno foi delíneado com um cuidado extremo. Houve uma coordenação constante com os diversos actores nacionais. Esperamos que todas as partes acabem por cumprir as directrizes do convénio.”

A importância da sustentabilidade também está a crescer noutros países?
"Claro que há diferenças entre os países em que operamos. Para os países da União Europeia, a sustentabilidade é, de uma maneira geral, um assunto crescente. Isso não quer dizer que a procura por soja sustentável seja igual em todos os países. Em países onde a procura é menor, podemos desempenhar um papel colocando a soja sustentável nos planos para o futuro. Os nossos colegas nesses países são muito entusiásticos acerca da contribuição que podemos dar para melhorar a sustentabilidade da Agricultura e da Pecuária."

Também haverá mais soja originada na Europa?
"Isso é certamente possível. Utilizando soja produzida na Europa, limitamos a quantidade de transportes desnecessários. Isso é bom para a nossa pegada de carbono. Mas nem sempre é a melhor opção. Na nossa opinião as matérias-primas devem ser produzidas nas áreas que garantem as melhores condições. A produtividade de soja por hectare é significativamente mais baixa na Europa do que em regiões onde as condições climatéricas são mais favoráveis. As matérias-primas originadas regionalmente também não são sempre mais duráveis do que as que vêm de mais longe. Se utilizarmos a terra na Europa para produzir soja, quando essa terra é mais indicada para outras produções, pode ser mais interessante importar. O convénio também garante que a soja importada seja mais sustentável. E isso é bom para os países da América do Sul, onde se produz muita soja. "

Também fazem um esforço para a utilização de outras matérias-primas mais sustentáveis?
Sim, claro. Tentamos utilizar fluxos residuais da indústria alimentar sempre que possível, como por exemplo as polpas de beterraba ou de citrinos. Cerca de 65% das matérias-primas que utilizamos tem origem nestes fluxos residuais. Para além disso, temos uma equipa especializada em ajudar os produtores pecuários, principalmente os suinicultores, com uma utilização óptima de fluxos residuais na alimentação dos seus animais. Através desta reutilização de fluxos residuais da indústria alimentar, contribuímos para a melhoria da circulação de matérias-primas e para o fecho do ciclo mineral. "

Quando será a soja sustentável utilizada em todas as fábricas europeias da De Heus?
"No convénio definimos 2025 como limite. A De Heus vai tentar fazer esta transição antes desse limite.”

Também vão utilizar soja sustentável fora da União Europeia?
"Fora da União Europeia há menos debate acerca da origem das matérias-primas. Mas sabemos que a utilização de matérias-primas em todo o mundo terá que ser mais sustentável nos anos vindouros, de modo a reduzir ainda mais o nosso impacto no clima e no meio ambiente. Isto significa que também temos que colocar a transição para recursos mais sustentáveis na agenda para esses países.”