Neste momento excecional em que é nossa obrigação protegermo-nos a nós e aos que nos rodeiam, pedimos ao departamento técnico da De Heus que, com base na sua experiência e na bibliografia disponível, elaborasse algumas recomendações especificamente para explorações pecuárias.
Nunca será demais recordar que o principal foco da De Heus sempre foram os animais, mas neste momento proteger a saúde dos trabalhadores das explorações pecuárias é a prioridade, porque falamos de pessoas. Adicionalmente, sendo estas pessoas especializadas e difíceis de substituir, garantir a sua saúde é assegurar o cuidado e o bem-estar dos animais.
É um trabalho árduo pois todas as medidas e precauções pecam por escassas quando o objetivo é proteger-se a si e aos seus colaboradores.
A via de transmissão do COVID-19 entre humanos é semelhante à descrita para outros coronavírus. Faz-se através de secreções de pessoas infetadas ou fontes contaminadas com essas secreções e seguido de contacto direto com a boca, nariz ou olhos.
A viabilidade do vírus varia consoante o tipo de superfícies. Em condições experimentais a 21-23ºC e humidade relativa de 65% o vírus pode sobreviver 4, 24, 48 e 72 horas no cobre, papelão, aço inoxidável e plástico respetivamente. Os coronavírus humanos são inativados eficientemente na presença de etanol a 95% ou hipoclorito de sódio em concentrações superiores a 0,1%.
Numa altura a que a todos é pedido que evitem o contacto social e deslocações desnecessárias também as visitas à sua exploração devem ser limitadas. As visitas regulares de equipas técnicas, fornecedores e clientes devem ser avaliadas caso a caso em função da real necessidade. Sendo imprescindíveis, devem entrar com material de proteção adequado (providos de luvas a máscara). Por outro lado, deve proibir a entrada de qualquer visitante.
O transporte de animais e o fornecimento de alimento para os animais deve ser feito através do estabelecimento de uma rota de entrada e saída da exploração. Não deve haver contacto entre o transportador e os trabalhadores da exploração. A comunicação pode ser feita via telemóvel e dispor de locais visíveis onde deixar ou apanhar a documentação necessária (guias, faturas, IRCAS). O preenchimento de qualquer documento deve ser feito com a sua própria caneta evitando a partilha deste tipo de utensilio.
Das medidas de contingência a adotar pela exploração pecuária devem fazer parte o controlo diário e à entrada da exploração de sintomas compatíveis com o COVID-19: febre, tosse seca, dificuldade respiratória, conjuntivite, cansaço... Para avaliação da temperatura deve ser utilizado um termómetro de laser ou individual. No caso de decidir utilizar um termómetro comum – não aconselhado - o mesmo deve ser desinfetado entre medições e manuseado com muito cuidado. Qualquer pessoa com sintomas e/ou febre deve ser enviada para casa. Estas informações devem ser anotadas num livro de registo.
Para além destas medidas deve imperar o bom senso e todos devem avaliar qual o risco para os colaboradores e colegas. Todos devem responder às seguintes questões:
- Estou referenciado em algum estatuto sanitário em relação ao COVID-19?
- Regressei recentemente das principais áreas afetadas?
- Tive algum contacto com alguém positivo ao COVID-19 ou com sintomas suspeitos (O período de incubação podem ser até 14 dias mas o normal são 3 a 5 dias)?
Se a resposta a alguma destas perguntas tiver sido positiva o responsável da exploração deve ser avisado para tomar as medidas adequadas. Estas passam por entrar em contacto com o SNS 24 - 808 24 24 24 a pedir instruções de procedimentos caso a pessoa manifeste sintomas ou por ordenar a entrada em quarentena obrigatória ou preventiva. Colaboradores que contactaram diretamente com alguém infetado passam a ser considerados 1ºs contactos e estão obrigados a fazer quarentena por um período de 14 dias após o último contacto com a pessoa infetada. Colaboradores que contactaram com o 1º contacto (2º contacto) deverão também ser preventivamente enviados para casa e evitarem todo e qualquer contato desnecessário tomando as medidas preventivas adequadas.
Outro cuidado a ter é prevenir a transmissão entre os colaboradores: devem lavar as mãos frequentemente, preferencialmente com solução base alcoólica, usar luvas que devem ser trocadas regularmente e obrigatoriamente usar máscaras quando trabalham com outras pessoas. Quando não estiver de máscara e tossir deve fazê-lo para o braço.
Se possível os colaboradores devem ser separados por equipas de trabalho, por pavilhões e horários. Todos sabemos que a maioria de vós são empresas familiares onde é difícil fazer esta separação, mas sempre que possível devemos limitar o contacto entre os grupos de trabalho em espaços comuns como sala de refeições e balneários. Os vestiários e duches devem ser limpos e desinfectados diariamente, sendo nestas zonas a lixívia o mais efectivo. No escritório e sala de refeições também as superfícies devem ser limpas e desinfectadas diariamente.
Fora do local de trabalho recomendamos que todos os cidadãos sigam as recomendações das autoridades, evitando locais de grande afluência de pessoas, mantendo a distância de segurança e a lavagem frequente das mãos.
PROTEJA-SE A SI E AOS OUTROS, PORQUE JUNTOS SOMOS MAIS FORTES.