Medição zero: o ponto de partida para a redução da nossa pegada de carbono
Em 2050, a população mundial terá aumentado para 9,8 mil milhões de pessoas. Produzir alimentos seguros, saudáveis e acessíveis para esta população em crescimento levará a um aumento de 56% na procura de alimentos e a um aumento de quase 70% na procura de alimentos de origem animal.
Alterações Climáticas
Simultaneamente, as alterações climáticas estão a tornar-se num dos maiores desafios associados à produção pecuária. As cadeias de produção pecuária que integramos são responsáveis por 14,5% das emissões globais de gases de efeito estufa (GEE). Os ruminantes respondem por 80% do total de emissões de GEE associadas à produção pecuária. Considerando todas as etapas de produção, com base numa Análise do Ciclo de Vida (ACV), a Pegada de Carbono de um produto (PCP) representa o valor de CO2 equivalente emitido por kg de alimento produzido (carne, peixe, laticínios e ovos).
Redução de CO2 equivalente
A pressão para reduzir a emissão de GEE e a PCP da pecuária está a aumentar. Impulsionados pelo Acordo de Paris - um tratado internacional juridicamente vinculativo sobre as alterações climáticas -a maioria dos países adotou a meta de limitar o aquecimento global a um valor abaixo de 2ºC, preferencialmente a 1,5ºC. De forma a atingir esta meta de temperatura a longo prazo, os países pretendem alcançar o pico global das emissões de gases de efeito estufa o mais rápido possível para alcançar um mundo neutro em termos climáticos até meados do século. Para alcançar as ambições estabelecidas no Acordo de Paris, muitos países estão a trabalhar em políticas que visam reduzir a quantidade de GEE emitida por diferentes sectores económicos – o método mais popular para atingir esse objetivo parece ser a redução de CO2 equivalentes.
A capacidade de reduzir a nossa pegada de CO2
Dado o facto de a produção animal ser responsável por uma parte relevante das emissões globais de GEE, esperamos que os nossos parceiros, governos e ONGs peçam para diminuirmos a pegada dos nossos produtos - alterando algumas das matérias-primas que usamos, abastecendo-nos localmente sempre que possível, aumentando o uso de subprodutos e tornando o nosso processo produtivo e logístico mais eficiente sempre que possível – e introduzir soluções técnicas – na forma de aditivos – que reduzam ainda mais a emissão de GEE nas explorações agrícolas assim que estejam disponíveis. Na De Heus, acreditamos que é importante ir de encontro às exigências dos nossos parceiros quando se trata de reduzir a nossa PCP.
Objetivos Verdes Globais
Cultivando as sementes para as próximas gerações
A ambição da pegada de CO2 da De Heus
O departamento de nutrição animal iniciou um projeto que visa permitir otimizar e definir valores de PCP para os nossos alimentos compostos para todas as unidades de negócio e em todas as espécies, considerando a origem das matérias-primas que utilizamos e, possivelmente, desenvolvendo um modelo por espécie para quantificar o efeito de diferentes fatores no PCP por kg de produto final (leite, carne, ovos, peixe), que pode ser usado para aconselhar os nossos clientes sobre os passos que podem adotar nas suas explorações agrícolas para reduzir ainda mais o PCP dos seus produtos. “Nós estamos a trabalhar para disponibilizar esta informação aos nossos clientes. Esta informação pode ser do interesse dos nossos produtores pecuários, para as suas atividades, mas também para nós, para obtermos informações sobre os passos que podemos tomar para reduzir as nossas emissões”, diz Karst Mulder, Project Manager CO2 Ambition.
Medição Zero
Diz Mulder: “Definimos a pegada de CO2 como um dos Objetivos Verdes Globais dentro da De Heus: em 2022, a De Heus poderá calcular, formular e definir metas para a pegada de CO2 dos seus produtos, realizando uma medição zero de CO2 no grupo todo, em 2023. E, também, estar equipada para fornecer aos seus clientes aconselhamento personalizado sobre como reduzir a pegada de CO2 nas suas explorações agrícolas. A medição zero irá dar-nos as informações que precisamos para definir uma ambição concreta de emissões mais baixas”.
Unir forças no mundo inteiro
“Nos Países Baixos, já temos dados disponíveis, pois precisamos deles para os nossos clientes leiteiros Planet Proof. Os dados também podem ser usados para aves e suínos. Os valores são baseados num valor médio para todo o sector de alimentos compostos nos Países Baixos (Nevedi). No futuro, iremos usar os nossos próprios dados. Com base neste estudo piloto, iremos melhorar os nossos procedimentos de trabalho e os nossos sistemas de IT e, em seguida, avançaremos para os outros países. Estamos a progredir, embora ainda não tenhamos chegado onde queremos. E o facto de estarmos ativos no mundo inteiro dá-nos a vantagem e a oportunidade de podermos unir forças, criar e implementar passos para uma operação mais sustentável”, conclui Mulder.